Segurança privada é tema de encontro
Por: SEVERINO CARVALHO – REPÓRTER
Maragogi – Para cada empresa que atua legalmente no ramo da segurança privada no Brasil, seis são clandestinas. A revelação partiu do analista de segurança empresarial Ricardo Tadeu Corrêa. Presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg), ele foi um dos palestrantes do 1º Encontro de Profissionais da Segurança Privada de Alagoas, que aconteceu ontem, no auditório do resort Salinas do Maragogi.
O evento foi promovido pelo Grupo de Profissionais de Segurança Privada de Alagoas (Gseg), sediado em Maragogi. Em tempos de violência exacerbada, empresas tendem a buscar profissionais e empresas para proteger o patrimônio, mas acabam dando um “tiro no pé” quando contratam os que atuam na clandestinidade, por puro desconhecimento ou por conta das “facilidades” oferecidas pelos contratados.
“De cada cem sinistros que ocorrem nesse setor envolvendo a segurança, 95 casos são gerados tendo a segurança clandestina instalada”, disse Tadeu.
O analista destaca que os empresários precisam ficar atentos na hora de contratar um serviço de segurança. A empresa precisa estar regularizada junto à PF. Fazer uso de profissionais clandestinos pode gerar problemas trabalhistas e até representação criminal em desfavor do contratante.
“O contratante tem de requerer toda a documentação pertinente à legalização dessa empresa e dos profissionais que nela trabalham. Eles precisam ter o curso de formação de vigilantes, precisam ter registros: a Carteira Nacional de Vigilante (CNV), enfim, tem de requerer toda a documentação antes mesmo da tomada de preço”, destacou ele, lembrando que o barato pode sair caro e que no setor da segurança privada paga-se pela idoneidade.
“Empresas clandestinas estão espalhadas pelo mercado como praga. Elas se instalam até em processos de concorrência pública. Com um detalhe: muitas vezes essas empresas clandestinas são as grandes facilitadoras dos sinistros e geradoras de problemas jurídicos de toda a ordem”, acrescentou.
Tadeu recordou ainda que a lei 7.102 obriga a empresa de segurança privada a ter um capital social de cem mil Ufirs, possuir sede própria, dentre outras exigências. Requer ainda a renovação anual do alvará de funcionamento junto à PF. Uma das formas de saber ou não se determinada empresa de segurança está regularizada é acessando o portal da Polícia Federal – www.dpf.gov.br.
O 1º Encontro de Profissionais da Segurança Privada de Alagoas discutiu ainda vários temas. “O objetivo do evento é mostrar o que podemos melhorar no sentido de profissionalizar esses serviços numa região onde ainda o sistema de segurança precisa avançar”, salientou o presidente do Gseg, Ivaldi Silva.
Fonte: Gazeta de Alagoas Link original: http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=225980